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Quem tem medo da criatividade?

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Criatividade. Está aí algo que mete medo em muita gente. Pessoas com perfis técnicos e analíticos costumam logo se defender dizendo que essa não é uma seara que lhes pertence. Já profissionais da área artística, por exemplo, não só se identificam com a chancela, como costumam se apropriar dela.

Mas lá vamos nós sublimar algumas crenças, tidas como verdades para muitos: a criatividade não é exclusividade de alguns (poucos) privilegiados. Na verdade esse é um nobre ativo do nosso cérebro, como vem comprovando a neurociência. Uma capacidade que vem “de fábrica” e não só pode, como deve ser aprimorada por todos, especialmente com a prática. É, aliás, o que nos torna mais humanos e diferentes, portanto, de nuestros hermanos robôs. Uma carta que temos na manga e a aplicamos em nosso dia a dia mais prosaico, mesmo sem nos darmos conta disso.

Como? Encontrando soluções para pequenos problemas que exigem nosso improviso, esse primo da espontaneidade. Ou, em exemplos, inventando brincadeiras malucas para interagir com nossos filhos, comprando (ou criando) aquele presente original para agradar quem amamos (mesmo com a grana curta), preparando receitas de sucesso com o que temos na geladeira ou montando looks incríveis a partir da mistura daquele acessório velhinho e a roupa recém-chegada da loja.

Mas por que não me sinto criativo?

Aí vem o pulo do gato. É que esse é, muitas vezes, um “tesouro escondido”, como bem define Elizabeth Gilbert (aquela, mesma, autora de Comer, Rezar e Amar) em seu livro A grande magia: vida criativa sem medo. E justamente por não se considerarem criativas, muitas pessoas bloqueiam esse recurso, que fica, ali, esquecido, murcho e cinza até hibernar no frio do Alasca.

Para sair dessa toca, a escritora dá algumas dicas práticas, como um check list para que você possa encontrar a pedra bruta no garimpo e transformá-la em ouro puro. Siga esta trilha e solte suas ideias por aí. Afinal, aprendemos uns com os outros e “nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”.

Tenha coragem

Precisamos dela para explorar a extensão de nossas capacidades, para conhecer o mundo, para nos expor a críticas e para viver uma vida mais motivada pela curiosidade do que pelo medo. “O medo é o ferro-velho abandonado onde nossos sonhos são largados para definhar sob o sol escaldante.”

Nunca deixe de se encantar

A autora brinca que as ideias (sejam elas artísticas, científicas, industriais, comerciais, éticas, religiosas ou políticas) passam a eternidade rodopiando a nossa volta, buscando parceiros humanos disponíveis e receptivos. É preciso, portanto, ver o mundo com olhos de encantamento para deixá-las surgir. Quando estamos presos aos nossos dramas pessoais dificilmente damos espaço à criatividade.

Permita-se!

“Você não precisa de permissão de ninguém para levar uma vida criativa”, diz a autora. “Quer escrever um livro? Compor uma canção? Dirigir um filme? Decorar peças de cerâmica? Aprender a dançar? Explorar territórios desconhecidos? Vá em frente. É seu direito como ser humano, exerça-o com o coração leve. Deixe que a inspiração o guie para onde quer se deseja guiá-lo. Você não precisa salvar o mundo com sua criatividade.”

Quer saber mais?

Aproveite a saborosa e esclarecedora aula da professora Ilíada de Castro, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Ela fala, especialmente, sobre o que limita a criatividade nossa de cada dia.